Seria interessante aproveitar os 75 anos de António de Macedo (que o realizador cumprirá em Julho próximo) para proceder a uma iniciativa de monta e digna do cinema português: disponibilizar a integral da obra deste cineasta, detentor de um dos percursos mais idiossincráticos de toda a história da Sétima Arte nacional. Desde A
Primeira Mensagem (1961) até Chá Forte com Limão (1993) muito há, decerto, por descobrir nos seus filmes, e muito público haverá interessado em neles se descobrir. António de Macedo teve sucessos de bilheteira - recorde-se A Promessa (1972) ou o abaixo referido Os Abismos da Meia-Noite (1983) - e muitas vezes foi malvisto por isso mesmo. Igual argumento emprega, aliás, António-Pedro Vasconcelos para criticar a falta de oportunidades que teve na sua carreira pós-O Lugar do Morto (1984). No entanto, o rigor que António de Macedo sempre manifestou no tratamento estético dos seus filmes e a riqueza e diversidade dos mesmos fazem com que seja quase um acto criminoso - e Jorge Leitão Ramos já o referiu em crónica no Expresso - que a totalidade da sua obra se encontre arredada de edição comercial em DVD.
Os Abismos da Meia-Noite (1983) estreou-se em Portugal a 27 de Janeiro de 1984, contando com prestações dos actores Helena Isabel, Rui Mendes, Eugénia Bettencourt, Márcia Breia, Virgílio Castelo, Manuel Cavaco e António Assunção, entre outros. Com fotografia de Elso Roque e música original de António de Sousa Dias (editada, aliás, em disco pela Fotossonoro nesse ano de 1984), o filme, que abordava temáticas ligadas à mitologia popular, chegou ainda a ser editado em formato VHS pela empresa Imaginação. Neste momento encontra-se indisponível no mercado.
Sinopse:
Irene, agente duma companhia de seguros, é encarregada de investigar o desaparecimento de um velho bibliotecário, numa cidade cidade de província. No decurso das suas averiguações, trava conhecimento com Ricardo, professor de História, que conhecia a vítima e se interessa pelas tradições lendárias da região. Assim, Irene toma conhecimento de um antiquíssimo castelo medieval - cuja entrada secreta se abre, misteriosamente, na noite de Natal, durante as doze badaladas da meia-noite.
(fonte: http://www.amordeperdicao.pt)
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