terça-feira, abril 25, 2006

25 de Abril



Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo


Sophia de Mello Breyner Andresen (1919 - 2004)

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Comments:
Que viva Abril...
25 de Abril, sempre...
 
e viva a Sofia também, dá-me vontade de viver assim, intensamente e de alma rubra como os cravos da revolução, todos os dias!
 
De volta depois do périplo belga? ;-) Tens que me mandar um mail a contar as novidades, já que presumo que os nubentes se encontrem por outras paragens! Beijo grande
 
Caro JCC,
Este 25 de Abril estive a ver uns videos (saíram com o publico) sobre a perspectiva estrangeira da revolução Portuguesa.
Existem mais de 40 filmes e milhares de livros e milhões de fotos sobre a revolução feitos por estrangeiros que estiveram cá a viver, participar e até a incitar os eventos do verão quente.
Numa coisa são unanimes, foi uma experiencia unica na vida,ver acontecer no terreno a serem postas em pratica (em plena europa ocidental) as teorias e ideologias que só tinham lido em livros e aprendido nas faculdades.
"Tentamos" copiar a Jugoslavia, a URSS, Cuba e a China.
Tudo falhou mas ficou (ou devia ter ficado) a consciencia politica que o regime anterior tentou amordaçar.
Perante tanta actividade politica e cultural (os baladeiros..., o cinema...teatro...) que fomos capazes de produzir nesses anos "quentes" cabe perguntar o que é que aconteceu ao povo Português que apos 30 anos perece adormecido e só vê bens materiais mesmo quando se vê confrontado com a crise gravissima como seja a por ex. a da Segurança Social e os actos abusadores na cobrança de impostos pelo fisco.
Caro Bissaide fica aqui este pensamento e espero que os blogues sirvam pelo menos para agitar as consciencias adormecidas para não sermos outra vez "enganados" por politicos profissionais (qualquer que seja a sua cor).
Querem acabar com os downloads de musica mas não editam nada de jeito.
Enfim... mais não digo.
J.Tomé
 
Caro Tomé,
É verdade, infelizmente: as pessoas parecem mergulhadas num estado de letargia e apatia geral... Achei curioso o que disse o Vasco Lourenço nas notas ao CD "Abril, Abrilzinho", do Manuel Freire, Vitorino e José Jorge Letria (publicado há dias com o Público): "É preciso saber o que era Portugal antes de Abril, para perceber porque foi necessário fazer a Revolução dos Cravos. Para que não volte a ser necessário fazer outra revolução semelhante. É preciso continuar a avisar toda a gente."
Cá estamos, para dar a nossa quota parte e contribuir da melhor maneira que sabemos e podemos para o repor dos verdadeiros valores de Abril.
Já agora, e concretizando, ainda não consegui perceber porque é que nestas novas medidas relativas à aposentação se fala em idade de reforma e não em tempo de serviço... Não entendo...
 
Caro Bissaide,
À partida parece que se mantém também a contagem do tempo de serviço nos proximos anos pois o Programa de Estabilidade e Crescimento é para o período de 2005 a 2009 o governo iniciou um caminho de aumento da idade legal de reforma (até aos 65 anos) “ajustando-a” à esperança de vida (actualmente nos 76 anos) para assim reduzir despesas com o pagamento das reformas.
Aplicou-se desde já o aumento da idade de reforma dos trabalhadores da administração pública, dos 60 para os 65 anos e do aumento de 36 para 40 anos para acederem ao direito à reforma.
Quanto às novas medidas da semana passada radicam no pensamento de que se há mais esperança de vida, o tempo de trabalho obrigatório tem de aumentar na mesma proporção.
No novo regime, na pratica além de instaurar a idade mínima de reforma consagra o direito de opção" entre três alternativas: 1º ou optam por sujeitar o valor da sua futura pensão a um ajustamento segundo um "factor de sustentabilidade", "que terá em conta o aumento da esperança média de vida no momento da reforma e, portanto, o número de anos que se espera poder vir a beneficiar da pensão".
2ª alternativa, podem "optar por programar um reforço das suas contribuições ao longo da vida activa, para que, ao atingirem a idade da reforma, não tenha que haver nenhum ajustamento no valor da pensão". Finalmente,
3ª alternativa propõe o prolongamento da vida activa "pelo número de meses que for necessário para anular o efeito do referido factor de sustentabilidade.
Na prática aumentou-se para 65 e irá passar para 66 e 67 anos a idade mínima de reforma, com efeitos respectivamente em 2020 e em 2030.
Dir-se-ia que ainda estamos longe, mas um jovem que hoje tem 32 anos e que tivesse entrado no mercado de trabalho a descontar para a Segurança Social com 25 anos, teria direito à sua reforma em 2030, ao fim de 42 anos de trabalho. Mas, se começou aos 18, terá de trabalhar 49 anos se não quiser ser penalizado no valor da sua futura reforma, na condição, claro, se o patrão pagar as contribuições devidas à Segurança Social.
A justificação do Governo é a seguinte: procura-se, garantir a sustentabilidade do financiamento da segurança social em conta que os estudos actuariais realizados demonstraram que a flexibilização da idade da reforma por antecipação, mesmo com redução no cálculo da pensão de reforma antecipada, envolvem a afectação significativa de meios financeiros.
Na prática faz-se depender a reforma de idade mínima , pois o pacote legislativo suspendeu e revogou vários regimes de flexibilidade da idade de acesso à pensão de reforma por antecipação como sejam os que aos 55 anos de idade, para os beneficiários que possuam 30 anos civis com registo de remunerações ou a antecipação da idade mínima de reforma aos 58 anos para os desempregados.

Enfim...o melhor é continuarmos a falar de musica.

Um abraço,
J. Tomé.
 
Pois... Concordo contigo...

Parece-me de facto inadmissível que quem tenha começado a trabalhar aos 18 anos (e quantos não houve que começaram antes...) se veja obrigado a trabalhar durante 49 anos! Compreendo a questão do factor de sustentabilidade, mas então que se calculasse um número de anos fixo que levasse isso em conta e também a esperança média de vida (por discutível que isto possa ser...), e todos nós nos pautaríamos pelo mesmo cálculo. Não faz sentido que uns trabalhem 35 anos, outros 40, outros 45, etc, etc - como disse antes, não se deveria falar em idade de reforma, mas sim em tempo de serviço.

Espero também que esteja previsto daqui a 15 ou 25 anos diminuir-se novamente o tempo de serviço, esperando que nessa altura a nossa economia e o nosso bem estar social sejam concomitantes aos valores europeus. Penso que o que se almeja não é só trabalhar mais, mas também trabalhar melhor e com mais qualidade, e por isso não há razão para, estando então os nossos padrões mais elevados a todos os níveis e tendo-se tirado as lições que espero se tirarão, oferecer-se mais qualidade de vida a todos os portugueses.
 
Mas, como dizes, falemos de música... ou de literatura... ou de cinema...
 
a politica é uma merda, bissaide.
 
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